quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Magnus Clemens Maximus ou Macsen Wledig Pt. 1

Conhecem Magno Maximo?


Este personagem é curioso por ser um usurpador do trono do império Romano, incentivador do cristianismo, exaltador da Britânia, divisor de águas acreditando que a partir dele começa a grande crise do império Romano com um detalhe importante governou somente por 5 anos transferindo a capital do Impérios para Trier (Tréveris) na atual Alemanha. Ele e sua mulher St. Elen (Santa Helen de Caernarfon, Elen Luyddog ou "Helen of the Hosts")  são tão importantes para o cenário cristão e cultural da formação do País de Gales medieval que ganham o direito de se tornarem lenda, em "Breuddwyd Macsen Wledig" - O sonho de Maxen Wledig um conto que foi escrito sendo retirado da tradição oral por volta dos séculos XII e XIII e por Godofredo de Monmouth (Geoffrey de Monmouth) no livro Historia Regum Britanniae - História dos Reis da Bretanha. No conto galês ele, sonha se tornar imperador, e se transforma em imperador graças ao exercita britânico (galês) e mantem esse cargo por anos. E Elen Luyddog que é canonizada pelo povo, como a maior parte dos santos de tradição celta não são canonizados pela igreja, funda várias igrejas no século IV d.C. e fez-se amiga do famoso St. Martin of Tours.


Igreja dedicada a São David e Santa Elen.

Um pouco da história de Magno


Moeda romana com busto de Magno Clemente Maximo



Imperador romana do Ocidente (383-388 d.C.) que usurpou o poder durante o reinado de Graciano e governou sobre a Britania, Gália e Hispania. Seu nome completo era Magno Clemente Máximo. Originário de Hispania, poucos dados se conhece sobre seus primeiros anos de vida. Sua carreira militar estevo influenciada por sua relação com Teodosio o Velho, magister militum por Gallias desde 369 pai do futuro imperador de oriente Teodosio I. Máximo serviu com Teodosio na Récia desde el 370 até 372, lugar o qual este havia sido enviado para frear as incursões dos alemães. No ano de 373 Teodosio foi enviado por Valentiniano I a África para conter a rebelião de Firmo e para investigar as atividades criminais de Romano, comandante general de África. Máximo acompanhou a Teodosio, tendo se engarrado de trabalhar com Gildo, o irmão de Firmo, ainda leal a Roma. Teriam como objetivo a prisão de Vicentio, o vicarius da África e cúmplice de Romano. Máximo, por isso entãoa, exercia o cargo de deputatus, ou seja, um alto oficial elegido pessoalmente pelo imperador para ajudar os grandes generais na tarefa de prender conspiradores.
Em 376 auxilio no Danubio como dux Moesiae secundae, onde ajudou a Lupicino, o magister militum por Thracias, no assentamento dos godos no território imperial. Em 380 foi nomeado Comes Britanniae. No aon de 381 protagonizou uma série de audaciosas vitórias sobre os pictos e os escotos, motivo pelo qual foi aclamado imperador em 383 pelas mãos de suas tropas, as quais mostraram uma especial antipatia a Graciano devido a sua falta de qualidades militares e as preferencias mostradas pelos bárbaros assentados no Império. Depois do nomeamento, Máximo desembarcou na Gália buscando a rápida confrontação com Graciano, quem não tardou em sair ao seu encontro, mas antes de enfrentar esta batalha foi abandonado por seus homens por volta de Paris e teve que fugir para a Itália para salvar sua vida. Máximo enviou depois a Andragathio, seu magister equitum, que o alcançou e matou em Lugdunum (atual Lyón) em 25 de agosto de 383.
Depois do assassinato, Máximo instalou sua corte em Tréveris (Trier), desde de onde exercia o controle sobre Britania, Hispania e Galia. Nem Valentiniano II nem Teodosio I intervirão em tal decisão. No ano de 384 Máximo invadiu a Itália com a ideia de despojar a Valentiniano II de seus domínios. Ambrosio, obispo de Milão, foi enviado como embaixador ao usurpador, quem exigiu a rendição de Valentiniano. A comitiva permitiu ao magister militum, Bauto, intensificar os passos pelos alpes e enviar a Valentiniano II a Constantinopla, onde buscou o amparo de Teodosio I. Em 384 conseguiu um acordo por que Máximo era reconhecido augusto sobre la Galia, Britania, Hispania assim como na África, a troca de permitir a volta de Valentiniano II a Itália. Naquele momento Máximo nomeou herdeiro e co-regente a seu filho Flavio Víctor.
Máximo, católico fervoroso, manteve uma política intervencionista nos assuntos religiosos, sobre todo na polemica priscilianista que se vinha gestando desde anos. Prisciliano, o bispo de Ávila, havia sido acusado de maniqueísta por Hidacio de Mérida e Itacio de Ossobona no concilio de Zaragoza do ano de 380. Eles foram primeiro a Graciano, que acabou por derrubar a convicção pressionados por Dâmaso de Roma e Ambrosio de Milán. Se apresentarão também ante Máximo, que terminou por firmar a condenação a morte de Prisciliano e seus seguidores no Sínodo de Burdeos do ano 384.
Por outro lado, Máximo não pode evitar o avanço dos pictos e escotos sobre o muro de Adriano, território que os romanos perderam definitivamente. Movido por sus ânsias de governar sobre todo o território ocidental, rompeu o acordo de 384 e invadiu Italia com a desculpa de querer defender o catolicismo, já que Valentiniano II era ariano. Em 387 alcançou o Vale do Pó, com o que novamente forçou a fuga a Constantinopla de Valentiniano II e sua mãe Justina com a ajuda do imperador do oriente. Teodosio I ajudou a este com um grande exército, formado em sua maior parte por francos, saxões e hunos. Máximo foi vencido primeiro em Siscia, as margens do rio Save, e depois em Poetovio. A pesar da derrota, Máximo conseguiu fugir para Aquileia, onde foi traído por suas tropas e morto pelas mãos de Teodosio I em 28 de agosto do ano 388.
A lenda
Segundo a História dos reis da Bretanha de Godofredo de Monmouth (base para muitsas lendas inglesas e galesas), foi Rei da Bretanha. De acordo com o relato do Mabinogion Breuddwyd Macsen (O sonho de Macsen Wledig) la esposa de Máximo era la filha de um poderoso chefe bretão de Segontium da região de Caernarfon ao norte de Gales, conhecida como Elen ou Elen Luyddog (Elena, também conhecida como Saint Helen of Caernarfon ou Elen of the Host). A Máximo se atribui a iniciativa da colonização da Península Armórica que realizaria com os soldados que trouxe da Ilha bretã.



Herança



O destino de sua família nos é desconhecido ainda que pareça certo que ademais de sua esposa e filhas sobreviveu sua mãe, perdoadas por Teodosio, e é possível seguir o rastro de alguns de seus descendentes.
Seu filho e colega no trono Flavio Víctor foi assassinado pelo general Arbogastes, pouco depois de seu pai por ordem de Teodosio.
Seu irmão Marcelino, que já ocupava algum posto importante durante o governo de Graciano, serviu as ordens de seu irmão  morrendo provavelmente em alguma das batalhas lideradas contra Teodosio.
Sua filha Severa nos é conhecida por uma inscrição da época da alta idade média, proveniente do Galês, chamada o Pilar de Eliseg, ela, Severa aparece como a esposa de Vortigern, Rey dos bretões. Seus descendentes dariam lugar a dinastia Gwerthernion, que governaría o reino de Powys en Gales.
Outra de suas filhas, de nome desconhecido, foi esposa de Ennodius, pro-consul Africae em 395.
Seu neto, Petrônio Máximo, foi outro imperador de final trágico, depois de governar Roma durante 77 dias, morreu apedrejado em 24 de maio de 455.
Entre outros possíveis descendentes se encontram Anicius Olybrius, imperador em 472, lo mesmo que vários cônsules e bispos como São Magnus Felix Ennodius (bispo de Pavía em 514-21).
No entanto, a parte de Marcelino, de Flavio Víctor e de um tal Comes Víctor, que poderia ser um tio seu, os outros nomes citados são só suposições gratuitas, pois não estão comprovadas de todo historicamente, ainda que boa parte se baseie em tradições posteriores.


No próximo post voltarei com uma entrada a mais na literatura e sociedade.

Referências bibliográficas:


Breudwyt Maxen Wledic / edited by Brynley F. Roberts. Dublin : School of Celtic Studies, Dublin Institute for Advanced Studies, 2005.

BROWN, P. The world of late Antiquity: from Marcus Aurelius to Muhamed. (London; Thames & Hudson, 1971).

CASTAGNOL, A. Le Bas Empire. (París; Colin, 1991).

MAIER, F.G. Las transformaciones del mundo mediterráneo, s III-VIII. (Madrid; Siglo XXI, 1972).

TEJA, R. La época de los Valentinianos y de Teodosio. (Madrid; Akal, 1990).

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