sexta-feira, 23 de junho de 2023

Ode a Ceriddwen (Kervit vrten)

Original - Llyfr Du Caerfyrddin IV

Kervit vrten. autyl kyrridven. ogyrven amhad. 
Amhad anav. areith ayrllav. y cav keineid. 
Cvhelin doeth. kymraec coeth. kyvoeth awyrllav. 
Keluit id gan. cluir vir aedan. kywlavan lev. 
Kert kywlaunder. kadeir dirper cadir wober. yv. 
Kanholicion. caffod eilon. keinon vrthav. 
Cau tyirnet. cathil kyhidet kyurysswyv. 
Campus y veirch. canhyn ae peirch. kywren eirch glyv. 
Cor waradred. kenetyl noted ked kywetliv. 
Lliwed a hun. llysseit eitun. llun venediv. 
Llyd am kywor. llog desseffor. llog porth anav. 
Llvgyrin kytrim. lledvegin grim. llim yd grim glev. 
Lleuver synhuir. llauer a vyr. llvir id woriv. 
Gorpo gvr gulet druy tagnevet het o hetiv. 

 

Tradução

 

De acordo com a sagrada ode a Cyridwen, a/o¹ Ogyrven² das várias sementes. 

As várias sementes da harmonia poética, o discurso exaltado de um graduado menestrel 

Cuhelyn o sábio, da elegante Cymraec (Gales), em exaltada fruição; 
Irá habilmente cantar; o direito de Aedan³, o leão, e será escutado. 
Uma canção de plenitude, digna de uma cadeira (trono), uma poderosa composição o é. 

De pretendentes ele pode receber elogios, e elas o presentearem 
O laço dos soberanos, o tema de competições em canções harmoniosas. 

Esplêndidos são os seus cavalos, centenas o respeitam, o habilidoso procurador chefe 

O círculo da libertação, o refúgio das nações, a o tesouro da mútua reprovação. 
Para gracejar com ele, que é de uma forma venerável, eu teria um desejo devotado; 

Uma ampla defesa, como um navio para o suplicante, em um porto para o menestrel, 

Rápido como um relâmpago, um nativo poderoso, um chefe cujo poder é nítido; 

Uma luminária de sentidos, tanto quanto sabe, a ilusão se realiza completamente. 

Que o herói do banquete, através da paz, traga tranquilidade a partir deste dia. 

(Tradução nossa)4

 

Notas

 

1 - O uso do artigo nos textos medievais é algo trazido junto com a tradição do cristianismo, a grande maioria das línguas do mundo não possuem artigo, e também não é uma característica comum das línguas da antiguidade, o Latim por exemplo não possui artigo. Com o movimento da cristianização o artigo enquanto classe morfológica é algo carregado através do contato com a bíblia e a língua grega. Com isso a alteração e problemas nas traduções.

 

*Dryer, Matthew S. 2013. Definite Articles. In: Dryer, Matthew S. & Haspelmath, Martin (eds.) The World Atlas of Language Structures Online. Leipzig: Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology. (Available online at http://wals.info/chapter/37, Accessed on 2018-07-21.)

 

 

2 - Alguns estudos e análises afirmam que "ogyrven" é o próprio caldeirão em si, de onde nasce ou é trazido algo. A tradução de "ogyrven amhad" pode ser levada em conta não só como 'ogyrven das várias sementes' como 'prole de ogyrven' colocando a deusa como proveniente de.

Algumas traduções do século XVI tratam Ogyrven/Ogyrfran como a própra Ceridwen, e assim seguem várias traduções mesmo atuais. Se tratarmos pela leitura de "Welsh Philology" do John Rhys ele menciona e desenvolve um raciocínio onde Ogyrfran seria 'Ocurvan' sendo assim "Corvo do mal", fazendo uma ligação com Badb.

 

 



Welsh Philologie, Rhys, p.324

 

Nos poemas do Livro de Taliesin encontram-se várias citações e menções a essa palavra ou nome de origem derivada Orgyrevn/Gogyrwen, aparecem nos textos "Kerd Veib am Llyr" LT XIV, "Kadeir Teyrnon" LT XV & "Angar Kyfyndawt" LT VII. Com a leitura desses textos podemos questionar se awen é de ogyrven, e ogyrven está em awen, mas eles não são coisa. Então o que é ogyrwen?.

A verdade é que nosso conhecimento das escolas bárdicas medievais é pobre e somente temos acessos aos textos, mais ainda sobre a verdadeira história dos poemas de 'Taliesin" e seus contemporâneos. O que eles chamavam de "ogyrven" pode nunca ser totalmente compreendido.

 

3 - Áedán mac Gabráin (ca. 530 - 606 ou 609) foi rei de Dál Riata cerca 574 até sua morte, talvez em 17 de abril de 609. O reino de Dál Riata situava-se na atual Argyll and Bute, Escócia, e parte do condado de Antrim, Irlanda do Norte.

 

4 - Sempre almejei fazer as traduções do original analisando outras traduções, o texto é objetivo, mas muitas escolhas são subjetivas, dessa forma tento trazer o texto de uma maneira limpa a deixar as dúvidas brotarem e usar alguns recursos de estudos da tradução. Espero possa oferecer algo bom para se trabalhar, trazendo questões linguísticas ou mesmo dúvidas em aberto das leituras e traduções.

 

Imagens do Manuscrito

 








 

 

 

 



 

quarta-feira, 11 de março de 2020

Retorno e Sobre a Hipótese Celtas do Oeste

Retorno


Olá a todos, há algum tempo não posto algo mas pretendo voltar devagar com alguns trabalhos e estudos novos. Gostaria de retornar trazendo uma tradução e espero que todos gostem deste trabalho e pesquisa que tomou meu tempo nos últimos anos.


Hipótese Celtas do Oeste


Essa nova hipótese tem mudado o rumo dos novos estudos e pesquisa quando tratamos de línguas e povos celtas, também vem afetando a pesquisa de outros ramos do Indo-Europeu como as línguas germânicas, o paralelo aqui estabelecido vai buscar motivos anteriores para mudanças regionais, invasões de povos anteriores e transformações ao longo do tempo construindo uma linha temporal até a formação dos povos ditos celtas. E propõe que a cultura celta tenha surgido às margens do Oceano Atlântico e a partir dali tenham se espalhado para a Europa.

Ela tem sido importante para mudar os rumos das investigações e tem surtido efeito de novas descobertas arqueológicas, também é um estudo bem recente onde se mesclam cientistas arqueólogos, linguísticas e biólogos geneticistas que tem aderido a pesquisas sobre a história humana.

O que trago aqui é um resumo introdutório sobre essa pesquisa do último livro lançado pelo AEMA - Atlantic Europe in the Metal Ages. Espero que desfrutem e gostem desse novo mundo que nos é apresentado como eu tenho me aprofundando e me interessado cada vez mais.

Segue link para baixar o texto, saudações a todos.

Capítulo um - Preparando a Cena - Barry Cunliffe - Celtas do Oeste - Tradução

Referências bibliográficas

CUNLIFFE, Barry & KOCH, John T., Exploring Celtic Origins: New ways forward in archaeology, linguistics, and genetics, (Celtic Studies Publications, 22)',1ª ed. Oxbow Books, Oxford & Philadelphia, 2019

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Danúbio, o nome de um grande rio com longa história.

O nome do Danúbio


Nos registros romanos, Dānuvius é a primeira referência apenas ao curso superior do rio Danúbio, o curso inferior era chamado de Ister. Este último derivado do grego Ἴστρος, um nome provavelmente emprestado do Trácio. Nas línguas europeias modernas em alemão Donau, húngaro Duna, servo-croata e eslovaco Dunav e romeno Dunărea. Todas essas formas (exceto Ister) implicam em uma forma mais antiga indo-européia *Dānouio. O rio galês de nome Donwy reflete essa mesma origem *Dānouio que já é existente na língua Proto-Celta. O rio inglês Don deriva de uma forma relacionada ao CELTA *dānu-; A cidade ROMANO-BRITÔNICA próxima a Doncaster a antiga Dānum, do antigo galês Cair Daun. O nome Danúbio está conectado com a deidade irlandesa Danu (Thutha Dé) e também conectado a deusa ancestral de Gales Dôn.

Danúbio é provavelmente derivado da palavra do INDO-EUROPEU *deh2nu- ‘rio’, da raiz *deh2- ‘fluxo’, cf. Sânscrito Védico dānu- ‘fluido gotejante’ (ou ‘presenteador’? – Dānu, uma deusa hindu primordial, mencionada no Rigveda [O livro dos cânticos] mão dos Danavas [daiyas], águas sagradas), Em Ossétio (uma língua persa) don ‘água, rio’. Há sugestões de que o nome pode ter sido um empréstimo dos antigos vizinhos dos Celtas a leste, a língua iraniana (Persa) dos Citas das planícies asiáticas e centro-leste europeias. (Um grupo parentesco de falantes de línguas iranianas, os sármatas, também penetraram a antiga Europa central.)

Nós temos por exemplo, um nome de uma tribo Cita, os Δαναός Dana(v)i (refletindo o PROTO-IRANIANO *Dānav(y)a-). Os nomes eslavos dos rios Don, Dniper e Dniestr são empréstimos dos Cítas *dānu, *dānu apara ‘rio superior’, *dānu nazdya ‘rio inferior’. Embora os três rios são empréstimos “irmãos” dos Cítas e do Danúbio eles igualmente desaguam no Mar Negro, o galês Downy não nos deixa dúvidas que os celtas e os iranianos (persas) tinham compartilhado a mesma palavra para nomear “rio”. Apesar de pontos de vista de estudiosos anteriores, como Vasmer, que determina Danúbio como de origem iraniana, uma fonte celta não pode ser excluída por razões linguísticas, como o nome Dānuvius é atestado primeiramente em falantes de línguas celtas na região ocidental da bacia do Danúbio. Por outro lado, as terras ao norte e oeste do Mar Negro são susceptíveis de ter sido lar de outros grupos de falantes antigos do indo-europeu no terceiro milênio ‘a.e.c’, antes da separação dos seus futuros ramos e famílias ou subfamílias. Entre topônimos, nesse caso de rios, há uma taxa particularmente elevada de ter sobrevivido de antes desses acontecimentos acima, como os nomes nativos dos rios na América. Portanto é possível também que Dānuvius seja “Um antiquíssimo nome de rio europeu” e que pode anteceder o surgimento dos celtas e dos iranianos como dialetos ou línguas distintas.







Referências bibliográficas


KOCH, John T. (ed.), Celtic culture: a historical encyclopedia, Santa Barbara, Denver and Oxford: ABC-Clio, 2006. (tradução nosssa)

quarta-feira, 2 de março de 2016

Pangur Bán

História do poema


Pangur Bán é um poema em irlandês antigo, escrito no século VIII em torno da Abadia de Reichenau. Foi escrito por um monge irlandês e seu gato é nomeado "Pangur Bán", "Pangur = Batán, Bán = branco". Embora o poema seja de autoria anônima, possui semelhanças com a poesia de Sedulius Scottus, o que fez vários estudiosos especularem que Sedulius seria o autor. Em oito estrofes de quatro linhas, o autor compara as atividades de seu próprio gato com suas atividades acadêmicas.

O poema está preservado no Reichenau Primer (Stift St. Paul Cod. 86b / 1 fol 1v) e agora mantido na abadia de St. Paul na Lavanttal.


O retângulo vermelho marca onde o poema foi escrito, reparem a diferença do tamanho dos textos.

Há um filme de animação de 2009 que se chama "The Secret of Kells", fortemente inspirada na mitologia irlandesa, sendo que uma das personagens secundários é um gato branco chamado Pangur Bán, que chega acompanhado o monge Aidan de Iona. Mais tarde no filme, a personagem Aisling, canto, lança um feitiço que lhe permite tornar-se temporariamente uma criatura fantasmagórica. O filme se inspira nesse poema para nomear o gato. https://www.youtube.com/watch?v=7VT3ewiaMys


Sua importância


Pangur Bán é um dos primeiros escritos em língua vernácula na idade média, ou seja, desde o final da antiguidade todo material produzido era em latim, muitos teóricos vão levantar a questão de que os primeiros escritos em língua vernácula são em línguas românicas o que não é verdade.

Porém, deve-se lembrar que o primeiro documento escrito em língua vernácula na Europa continental foi em uma língua românica, um texto redigido forçando um acordo com Carlos Magno quando é coroado imperador do Sacro Império Romano-Germânico no ano de 800, ou seja no começo do século IX e.a.

Em compensação o mais antigo escrito em gaélico irlandês é no manuscrito Würburg, e data de aproximadamente do ano 700 e.a. O gaélico irlandês antigo é datado desde o final do século VI até o séc. X.




Texto em irlandês antigo do século VII

Em galês dos séc. VI ao início do séc. XII temos alta produção de textos em galês antigo, muitos poemas e alguma prosa sobreviveram, embora alguns estejam inscritos em manuscritos posteriores, como, por exemplo, o texto de Y Gododdin que é considerada uma epopeia do século VI e.c.

Mas porque Pangur Bán se diferencia dos outros textos?

Pangur Bán é uma das primeiras poesias em língua vernácula na idade média em que se tem notícia, posteriormente as canções de Gesta, escritas em langue d'oïl - Francês antigo, e os trovadores com suas trovas, em langue d'oc - língua Occitana, que começam respectivamente nos séculos XI e XII. Assim esse texto apresenta o começo de uma tradição anterior na Irlanda e um grande afloramento em sua literatura.

O poema


Para conhecimento de todos seguem o poema em irlandês e uma tradução feita por mim onde mantive as rimas com uns problemas na métrica a se corrigir.


Pangur Bán

Messe agus Pangur Bán, 
cechtar nathar fria shaindán: 
bíth a menmasam fri seilgg, 
mu menma céin im shaincheirdd. 

Caraimse fos, ferr cach clú 
oc mu lebrán, léir ingnu; 
ní foirmtech frimm Pangur bán 
caraid cesin a maccdán

Ó ru biam, scél gan scís 
innar tegdais, ar n-óendís, 
táithiunn, díchríchide clius 
ní fris tarddam ar n-áthius

Gnáth, húaraib, ar gressaib gal 
glenaid luch inna línsam; 
os mé, du-fuit im lín chéin 
dliged ndoraid cu ndronchéill

Fúachaidsem fri frega fál 
a rosc, a nglése comlán; 
fúachimm chéin fri fégi fis 
mu rosc réil, cesu imdis. 

Fáelidsem cu ndéne dul 
hi nglen luch inna gérchrub; 
hi tucu cheist ndoraid ndil 
os mé chene am fáelid. 

Cia beimmi a-min nach ré 
ní derban cách a chéile 
maith la cechtar nár a dán; 
subaigthius a óenurán

Hé fesin as choimsid dáu; 
in muid du-ngní cach óenláu; 
du thabairt doraid du glé 
for mu muid céin am messe.





Pangur Bán (tradução nossa)

Eu e Pangur Ban, meu gato
Somos alegres em cumprir nossas tarefas de fato
Caçar ratos é seu prazer
Caçar palavras a noite toda é meu afazer

Melhor que o homem a louvar
É com livro e pena se sentar
Pangur que não tem má vontade
Também prega sua simples habilidade

É uma coisa alegre de ser ver
Como contentes em nossas tarefas podemos ser
Quando em casa sentamos e encontramos
Ocupações para a mente de ambos

Muitas vezes os ratos se perdiam
Pois no caminho do herói Pangur se atreviam
Muitas vezes meu pensamento ansioso se definia
Tomando significados naquela arapuca que me envolvia

Contra a parede ele define seu olhar
Cheio de ferocidade, afiado e dissimulado
Contra a parede do conhecimento eu podia estar
E com minha pequena sabedoria tentar empenhado

Quando um rato sai como dardo de sua toca
O quão feliz é Pangur naquela hora!
E da alegria que posso ter
Quando as dúvidas que tenho, resolver!

Assim percorrem em paz nossas tarefas
Eu e Pangur Ban, meu gato
Em nossas artes encontramos felicidade
Eu tenho a minha e ele a sua, somos gratos

Praticar todos os dias é o que temos feito
Pangur perfeito em seus negócios
Sabedoria dia e noite eu recebo
Da escuridão para a luz sem os ócios

Referências Bibliográficas


Carney, James (1979). Studies in Irish Literature and History, Dublín: Dublin Institute for Advanced Studies.

Greene, David; Frank O'Connor (1967). A Golden Treasury of Irish Poetry, AD 600–1200. London: Macmillan. Reprinted 1990, Dingle: Brandon


An Etymological Dictionary of the Gaelic Language


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A vida das antigas mulheres Celtas

As mulheres Celtas


As Mulheres celtas eram distintas no mundo antigo pela liberdade, pelos direitos dos quais gozavam e a posição que detinham na sociedade. Comparando-as em contrapartida com os gregos, romanos e outros povos antigos, elas tinham bastantes liberdades de atividades e leis que as protegiam. É importante citar que na Idade do Ferro os celtas eram um povo patriarcal e a maior parte dos homens tinha o poder supremo na política e no lar. Apesar disso, as mulheres celtas antigas continuam a ser um exemplo inspirador de feminilidade do passado.

Impressões dos autores clássicos dizem muito sobre quão diferentes eram as mulheres celtas das mulheres com as quais os escritores estavam familiarizados. Diodoro da Sicília descreve as mulheres gaulesas como sendo "quase tão altas quanto os homens, e rivais na coragem". Amiano Marcelino faz uma descrição mais exaltada: "... um grupo inteiro de invasores não serão capazes de lidar com um [Gaul] em uma luta, caso chame sua esposa, ainda mais forte do que ele, com os olhos brilhando... quando ela incha seu pescoço e range seus dentes, equilibrando seus enormes braços brancos, começa a chover golpes que se misturam com chutes, como tiros lançados pelas cordas torcidas de uma catapulta". Embora exageradas as palavras de Marcelino, elas evocam umas imagens de mulheres formidáveis entre os antigos celtas.

Mulheres guerreiras e Rainhas celtas da antiguidade




As mulheres celtas da antiguidade atuaram tanto como guerreiras quanto governantes. Podiam aparecer tantas garotas como de garotos para lutar com espadas e outras armas. Uma das escolas de formação mais proeminentes na mitologia gaélica foi criada e guiada por Scathach (pronuncia-se "sca-hrah" ou "Scaía"), uma mulher guerreira que tem origem em uma região da hoje conhecida como Escócia. Ela treinou o maior herói da lenda irlandesa, Cúchulainn (pronuncia-se "coo-quesco-in" ou "coo-khull-in", com o "KH", como no lago escocês), o mais famoso de seus pupilos, logo após de seu longo treino, ele passou a lutar contra exércitos inteiros sozinho e a executar outros grandes feitos. A rival feminina de Scathach, Aife (ou Aoife), foi considerada uma das mais ferozes guerreiras vivas. Cada uma dessas mulheres possuíam um exército.

A prática de portar armas era relativamente comum entre as mulheres. Foram registradas mulheres que haviam tomado parte na batalha final contra Caio Suetônio Paulino, quando ele avançou sobre a fortaleza druida na ilha de Mona (atual Anglesey), localizada no atual País de Gales. Neste caso, elas parecem ter feito grande uso de táticas psicológicas, como gritar, dançar loucamente, e puxavam seus rostos, assustando os romanos o suficiente para mantê-los fora por um tempo.




Estátua de Boudicca


Embora a mais alta autoridade política fosse muitas vezes atribuída aos homens, haviam mulheres que ocasionalmente tornavam-se rainhas no poder e chefes militares. Boudicca (ou Boadicea) foi, e é, a mulher mais conhecida desta classe. Ela é homenageada no presente por liderar a última grande revolta contra os romanos na Grã-Bretanha. Quando seu marido morreu, Prasutagus, ela se tornou governante dos Iceni, uma tribo celta do sudeste da Grã-Bretanha. Prasutagus tinha estabelecido relações diplomáticas com os romanos após a invasão da ilha. Ele decidiu submeter à suserania romana, e em seu testamento, deixou uma parte de suas propriedades e poderes para os romanos, porém nomeou suas duas filhas adolescentes como suas herdeiras. Boudicca foi designada como regente até que elas chegassem a idade de governar.
Os romanos não levaram a sério a ideia de uma mulher no governo e procuraram tirar proveito dessa situação, eles acreditavam que essa poderia ser uma das fraquezas dos Iceni. Catus Decianus, o romano encarregado de recolher parte da herança de Roma, insultou os Iceni através de uma série de atos horríveis. Ele ordenou que suas tropas saqueassem os bens dos Iceni, chicoteou Boudicca em público, e ordenou que estuprassem as filhas de Boudicca repetidamente. Boudicca respondeu liderando uma revolta das forças de seu povo e a de várias outras tribos que tinham um ressentimento crescente com os romanos invasores. Os celtas rebeldes conseguiram assolar o centro administrativo romano de Londinium (Londres moderna) e saquearam duas outras cidades romanas antes de serem derrotados.
A capacidade de Boudicca de unir o seu povo em revolta era notável considerando uma propensão céltica, que era desestabilizadora, pois, sempre tentavam ganhar glória individual, um fator precipitante e consistente quando pensamos na queda da Europa céltica para a expansão romana. Apesar da força unificadora da liderança de Boudicca, a revolta foi de curta duração, e Boudicca morreu também no seu final, talvez por suas próprias mãos, a fim de evitar a captura.


(Pintrest)

A rainha Cartimandua foi outra notável líder feminina celta da Idade do Ferro. Ela governou os Brigantes, uma tribo do norte da Grã-Bretanha. Uma contemporânea de Boudicca, Cartimandua é lembrada mais como uma traidora do que como uma heroína por sua traição a Caradoc, o líder da resistência céltica do Oeste. Quando Caradoc veio a sua ajuda, Cartimandua agarrou-o e, posteriormente, o entregou em correntes para os romanos. Ela provavelmente fez isso por razões de conveniência política, na tentativa de manter o poder através do apoio de Roma.



Maeve


Na Irlanda, houve uma governante feminina como bem sabemos, Medb (ou Maeve), rainha de Connaught. Ela é mais lembrada por seu papel no “Táin Bó Cúailnge” (o ataque ao gado de Cooley). Medb, determinada a provar-se igual ao seu marido, liderou uma invasão ao reino de Ulster com a finalidade de alcançar um touro do mesmo valor que um animal que seu marido possuía. Embora ela tenha capturado o touro, acabou sendo frustrada por Cúchulainn e os animais escaparam. Medb pode ser uma figura odiosa nesta lenda, mas ela fornece um exemplo da Idade do Ferro de uma potente governante mulher celta. Sua autoridade era absoluta e sua palavra era regra, prevalecendo até mesmo sobre a de seu marido.

Papel da Mulher na Vida Pública





Embora a vida pública na Idade do Ferro Celta tenha sido em grande parte dominada pelos homens, as mulheres conseguiram desempenhar um papel proeminente também. Elas não parecem ter sido sistematicamente excluídas de qualquer ocupação. As mulheres poderiam se tornar druidas, incluindo sacerdotisas, poetas e curandeiras. Elas poderiam realizar negócios sem o consentimento ou o envolvimento de seus maridos. Elas poderiam servir como diplomatas; na verdade, uma mulher agiu como uma embaixadora no estabelecimento do tratado entre o general cartaginês Hannibal e o governante celta da tribo dos Volcas durante uma marcha contra Roma. Plutarco escreveu no século II que havia uma tradição de longa data, entre os celtas, das mulheres que atuavam como mediadoras ou juízas em disputas políticas e militares. Elas também eram conhecidas por ter desempenhado um papel de mediação similar em suas próprias assembleias tribais.


Casamento e os direitos da mulher dentro da lei




Os direitos pessoais da mulher e seus direitos dentro do casamento favorecem o testemunho da elevada estima a qual elas detinham na sociedade celta da Idade do Ferro. No geral, o casamento parece ter sido visto pelos antigos celtas como uma parceria entre homens e mulheres. Em contrapartida, o direito romano ditava que uma mulher era propriedade de seu marido. Apesar de Júlio César escrever que os homens celtas tecnicamente tinham o poder de vida e morte sobre suas esposas, as mulheres, no entanto, desfrutavam de muitas proteções legais. As mulheres não podiam se casar contra sua vontade. Elas podem ter sido autorizadas a escolher seus maridos, apesar de que as famílias foram, sem dúvida, envolvidas nas decisões de casamento. Casamentos Políticos, para obter uma aliança, eram comuns entre as mulheres da nobreza. Os sistemas de dote variavam entre os diferentes Grupos celtas, mas um costume comum era cada uma das partes levar uma soma igual de bens para o casamento e o montante combinado deveria ser deixado para acumular lucro. Após a morte de um parceiro, o outro vivo receberia sua parte original do dote e os lucros resultantes da mesma. Se o casal se divorciou, cada parceiro tem sua contribuição original e os seus lucros. Diferentes versões desta prática básica parecem ter existido entre os vários grupos celtas na Idade do Ferro Irlanda, País de Gales, Gália, e outras áreas.

Dentro do casamento, as mulheres foram autorizadas a possuir e herdar bens de forma independente. As mulheres casadas poderiam ter casos legais (amantes), sem o consentimento de seus maridos. A independência econômica das mulheres oferecia-lhes proteção em caso de divórcio ou morte do marido: uma situação muito diferente do que a das mulheres clássicas.





O divórcio era uma questão relativamente simples e podia ser solicitada por qualquer uma das partes. O historiador Jean Markale explica que isso foi porque o "casamento celta era essencialmente contratual, social, e não completamente religioso, mas sim com base na liberdade do homem e da mulher". Na Irlanda e na Escócia, existiam casamentos experimentais ao longo de todo o ano que poderiam ser dissolvidos se provassem que o mesmo era inviável. As mulheres divorciadas não eram desprezadas e foram sempre livres para se casar novamente. Os antigos celtas eram celtas polígamos e em determinadas regiões na Escócia, de acordo com César, especificamente poliandros, ou seja, as mulheres podiam ter vários maridos. Esta afirmação tem sido questionada, mas, poliandras ou não, as mulheres na sociedade celta antiga formam claramente um forte contraste com os seus contemporâneos em todo o mundo.

Tradução nossa*

Referências Bibliográficas


Ellis, P. B. (1994). The druids. Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company.

James, D. (Ed.). (1996). Celtic connections: the ancient Celts, their tradition and living legacy. London: Blandford Press.

James, S. (1993). The world of the Celts. London: Thames and Hudson.

King, J. (1998). Kingdoms of the Celts: a history and guide. London: Blandford Press.

Markale, J. (1986). Women of the Celts. (A. Mygind, C. Hauch, & P. Henry, Trans.). Rochester, Vermont: Inner Traditions International, Ltd. (Original work published 1972).

Matthews, J. (1988). Boadicea: warrior queen of the Celts. Dorset: Firebird Books.

Walkley, V. (1997). Celtic daily life. London: Robinson Publishing.

Wilde, L. W. (1997). Celtic women in legend, myth and history. New York: Sterling
Publishing Co., Inc.
Em breve tentarei postar sobre as leis matrimoniais.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Arawn e o Annwn ou Annwfn (O Outro Mundo)

O Annwfn ou Annwn

Fonte da foto:http://ci-annwn.deviantart.com/art/The-Fairy-Steps-at-Arnside-285028652


Annwn (também escrito Annwfn ou Annwvyn, no Galês médio Annwvn, Annwyn, Annwyfn ou Annwfyn) é o outro mundo na mitologia galesa que compões o vasto mundo da mitologia celta. Governado por Arawn (ou, na literatura arturiana, por Gwyn ap Nudd), era essencialmente um mundo de delícias e eterna juventude, onde a doença estava ausente e comida era sempre abundante. Ele tornou-se identificado com a vida após a morte cristã no paraíso (ou céu). Aparenta ser essa a melhor descrição para definir esse mundo, é dito que Annwn está localizado tão a oeste que nem mesmo Manawydan fab Llŷr o encontrou, e que lá somente se pode chegar morrendo, mas, também foi dito que no Annwn pode-se admitir pessoas ainda vivas, desde que elas encontrem a sua porta.


Localização


Em ambas a mitologias tanto a galesa quanto a irlandesa, o Outro mundo estaria localizado em uma ilha ou debaixo da terra. No primeiro ramo do Mabinogi, fica implícito que o Annwn é uma terra próximo e abaixo de Dyfed, enquanto no contexto do poema arturiano Preiddeu Annwfn nos sugere um local como uma ilha. Duas outras indicações sobrenaturais que ocorrem na segunda parte do Mabinogi estão localizados em Harlech no noroeste do País de Gales e na ilha de Grassholm no sudoeste Pembrokeshire.


Etimologia

Fontes do galês médio sugerem que o termo foi reconhecido como significando "muito profundo" nos tempos medievais. O aparecimento de uma forma antumnos antigo gaulês parece se assimilar a pequena maldição, no entanto, sugere que o termo original pode ter sido *ande-dubnos, uma palavra Galo-Britônica comum que, literalmente, significa "submundo". A pronúncia no galês moderno de Annwn é [anːʊn].

Para falantes do português a uma "transcrição" mais simples para os nomes seria:

- Annwn - Anun
Annwfn - Anuvn
Annwvyn - Anuvîn
- Arawn - Araun


História do Annwn e o aparecimento de Arawn






O Annwn desempenha um papel razoavelmente importante nos quatro ramos da "Mabinogion". No primeiro ramo do "Mabinogion", intitulado Pwyll, Príncipe de Dyfed (Pwyll Pendefig Dyfed), o príncipe homônimo ofende Arawn, governante de Annwn, por afugentar seus cães de caça de um cervo que os cães de Arawn tinha trazido ao chão. Como acordo pela ofensa, ele troca de lugar com Arawn por um ano e derrota o inimigo de Arawn, Hafgan, enquanto reina Arawn em seu lugar em Dyfed. Durante este ano, Pwyll se abstém de dormir com a esposa de Arawn, ganhando gratidão e amizade eterna de Arawn. Em seu retorno, Pwyll torna-se conhecido pelo título Penn Annwn, "Cabeça (ou Régua) de Annwn." No Quarta ramo do "Mabinogion", Arawn é mencionado mas não aparece; é revelado que ele enviou um presente de porcos do outro mundo como um presente para o filho de Pwyll e sucessor, Pryderi, o que acaba por conduzir a guerra entre Dyfed e Gwynedd. A memória de Arawn é mantido em um ditado tradicional encontrado em um antigo conto popular Cardigan:

"Hir yw'r dydd a hir yw'r nos, a hir yw aros Arawn" - "Longo é o dia e longa é a noite, e longo é o tempo de espera de Arawn"


Segue trecho do primeiro ramo do Mabinogion, tradução nossa:

"Pwyll, príncipe de Dyvet  era senhor dos sete cantrefs de Dyvet. Um dia se encontrava em Arberth, sua corte principal, e sentiu desejos de ir à caça, e foi  o domínio de Glynn Cuch que escolheu para tal atividade. Aquela mesma noite partiu de Arberth e chegou a Llwyn Diarwya, onde passou a noite. No dia seguinte se levantou na juventude do dia e chegou a Glynn Cuch para soltar os seus cães no bosque. Tocou o corno, e começou a caça com grande tumulto, se laçou logo atrás de seus cães e com tanto entusiasmo perdeu-se de seus companheiros. Dedicando os ouvidos aos latidos de seus cães, ouviu os latidos de outra matilha, mas seus latidos não eram os mesmos do que os daquela matilha avançava ao encontro da sua. E pode ver uma certa claridade no bosque, e quando sua matilha apareceu nos limites do ocorrido, viu um cervo que era perseguido pela outra matilha. Chegou a centro do acontecimento quando a matilha que o perseguia, o alcançou e derrubou o cervo. Pwyll contemplava as cores daqueles cães sem recorda-se do cervo, e de todos os cães que já havia visto no mundo, jamais havia visto cães daquela cor. Eram de cor branca reluzente e lustrosa, e suas orelhas eram vermelhas; e como era resplandecente a brancura dos cães, assim, também resplandecia o extraordinário vermelho de suas orelhas. Pwyll avançou até o cães e afugentou a matilha que havia matado o cervo e atiçou aos seus cães a presa. E naquele momento viu vir detrás da matilha um cavaleiro montado em um grande cavalo sinza como aço, que usava uma vestimenta de lã cinza e um corno de caça em torno da cintura.

O cavaleiro se adiantou até ele e falou assim:

- Príncipe, sei quem és, e não te cumprimentei.
- Possivelmente possui uma posição que o permita faze-lo - respondeu Pwyll
Com toda segurança não é a eminência de meu título que me impede.
- Então, o que é senhor?
- Para deus e para mim, sua ignorância e sua falta de cortesia.
- Que falta de cortesia notou em mim, senhor?
- Jamais havia vista ninguém cometer uma maior, qual a sua de afugentar a uma matilha que havia matado um cervo e atiçar a sua para a presa. Isso é falta de cortesia e, apesar de tudo, não me vingarei; por mim e por Deus, causarei desonra pelo valor de mais cem cervos.
- Se te prejudiquei, ganharei tua amizade.
- De que modo?
- Dependendo da sua posição, mas não sei quem você é.
- Eu fui coroado rei em meu páis de origem.
- Senhor, seja bem-vindo! E que país seria?
- De Annwvyn, sou Arawn, rei de Annuwvyn.
- E de que modo, senhor, conquistaria a sua amizade?
- Deste: Hafgan, rei de Annwvyn, cujo, domínios se encontram frente aos meus, me declarou guerra contínua. Se me libertar dessa calamidade, e você poderá fazê-lo facilmente, conquistará sem esforço minha amizade."



Logo, pode-se perceber que há possibilidades dos vivos vagarem no outro mundo e vice-versa.

Outras aparições




Em um poema épico mitológico semelhante Cad Goddeu descreve uma batalha entre Gwynedd e as forças de Annwn, liderado novamente por Arawn. É revelado que Amaethon, sobrinho de Math, rei de Gwynedd, roubou uma cadela,uma abibe (uma ave) e uma corça do Outro Mundo, levando a uma guerra entre os dois povos. Os habitantes de Annwn são retratados como criaturas bizarras e infernais; Estes incluem uma besta "wide-mawed" (não consegui traduzir bem essa parte) com uma centena de cabeças e tendo um hospedeiro abaixo da raiz de sua língua e outra sob seu pescoço, um sapo de cem garras negras de enterra-las, e uma "serpente ondulada malhada, com mil almas, por seus pecados, torturados nos poros de sua carne ". Gwydion, o herói Venedotiano (Norte de Galês) e mágico derrota com sucesso o exército de Arawn, primeiro por encantar as árvores para se levantar e lutar e em seguida, adivinhando o nome do herói inimigo Bran, assim ganhando a batalha.

Preiddeu Annwfn, um poema medieval encontrada no Livro de Taliesin, descreve uma viagem liderada por Arthur para os vários reinos sobrenaturais dentro de Annwn, seja para resgatar o prisioneiro Gweir ou para recuperar o caldeirão do Lider do Annwn. O narrador do poema é, possivelmente, o próprio Taliesin. Uma linha de leitura pode ser interpretada de como o reconhecimento que ele recebeu, o dom da poesia ou da oratória a partir de um caldeirão mágico, como Taliesin faz em outros textos, e o nome de Taliesin está ligado a uma história semelhante em outros textos. O narrador relata como ele viajou com Arthur e três carregamentos ou  carruagens de homens até o Annwfn, mas apenas sete pessoas retornaram. Annwfn é, aparentemente, referido por vários nomes, incluindo "Fortaleza do Monte", "Fortaleza dos quatro picos" e "Fortaleza de vidro", embora o poeta tenha destina as esse lugares como lugares distintos. Dentro das parede da Fortaleza do Monte, Gweir, um dos "três prisioneiros exaltados da Grã-Bretanha" conhecido das tríades galesas, é aprisionado em correntes. O narrador então descreve o caldeirão do lider do Annwn: "ele tem o acabamento em pérolas e não vai ferver comida para alimentar um covarde. Seja qual for a tragédia acabou matando a quase todos, porém há sete destes que não possuem seus destinos esclarecidos. O poema continua com uma escoriação de "homenzinhos" e monges, que não há em diversas formas de conhecimento possuído pelo poeta.

Folclore



No folclore galês, o Cŵn Annwn ou "Cães do Annwn" passeiam pelo céu no outono, inverno e início da primavera. O latido dos cães foram identificados como o choro de gansos selvagens que migram e as presas dos cães como espíritos errantes, sendo perseguidos para Annwn. No entanto, o próprio Arawn não é referido nestas tradições. Mais tarde, o mito foi cristianizado para descrever a "captura de almas humanas e a perseguição de almas condenadas para o Annwn", e o Annwn foi igualado com o "Inferno" da tradição cristã. 



Um detalhe

Com esse texto tento dar um mínimo de acesso ao conhecimento do que seria o outro mundo para os galeses, espero poder auxiliar alguns e espero ajuda de outros, porque, realmente é muito difícil explorar melhor esse tema. Gostaria de opiniões e auxilo, para as vezes, aumentar esse post. Desculpa qualquer tradução mal feita, tentei ao máximo fazê-las bem

Saudações a todos.


Referências bibliográfica


- Sims-Williams, Patrick. (1990). "Some Celtic otherworld terms". Celtic Language, Celtic Culture: a Festschrift for Eric P. Hamp, ed. Ann T. E. Matonis and Daniel F. Mela, pp. 57–84. Van Nuys, Ca.: Ford & Bailie.


- Lambert, Pierre-Yves. (2003). La langue gauloise: description linguistique, commentaire d’inscriptions choisies. Paris: Errance. 2nd ed.


- Cirlot Valenzuela, M. Victoria tr. (1982). Mabinogion: relatos galeses. Madrid: Editora Nacional. ISBN 84-276-0575-7.

- Mac Cana, Proinsias. (1983). Celtic Mythology (Library of the World's Myths and Legends). Littlehampton Book Services Ltd.

- http://www.almargen.com.ar/sitio/seccion/cultura/sabarb4/


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- http://d.lib.rochester.edu/camelot/text/preiddeu-annwn


- Morgan, Gerald (2005) "A Scholar of Early Britain: Rachel Bromwich (1915– )". In Chance,
- Jane, Women Medievalists and the Academypp. 769–781. University of Wisconsin Press. ISBN 0-299-20750-1.